segunda-feira, dezembro 23, 2024
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Mia Goth, neta da atriz brasileira Maria Gladys, diz que não quer ficar só em filmes de terror: 'Quero fazer tudo'

Minha Gótica pode ter acumulado uma filmografia dominada por filmes de terror, com atuações ousadas e memoráveis ​​— em “The Cure for Wellness”, “Suspiria” e a aclamada trilogia “X” — mas prefere não se limitar. “Não quero ficar encurralada. Quero fazer tudo”, diz a atriz britânica de 30 anos, neta da atriz brasileira, ao The New York Times Maria Gladys.

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Ainda assim, as críticas provam que ela é realmente boa em terror. Dirigidos por Ti West, os filmes da trilogia “X” seguem as vidas e crimes de Pearl e Maxine, ambas interpretadas por Goth. O terceiro, “MaXXXine” (agora nos cinemas brasileiros, em prévias), pega sua personagem-título, uma jovem estrela pornô com sonhos de fazer sucesso, quando ela finalmente consegue sua chance em Hollywood. Todos são ancorados pelo trabalho de Goth, que permanece profundamente sincero mesmo quando se torna deliciosamente desequilibrado.

Em entrevista ao The New York Times, Goth falou sobre trabalhar na trilogia A24 e filmar logo após o nascimento de sua filha, agora com cerca de 2 anos, com o ator Shia LaBeoufcom quem ela estrelou em “Ninfomaníaca” (2013). A atriz disse que não poderia abordar o processo movido contra ela por um figurante, alegando que ela o chutou intencionalmente no set de “MaXXXine”. Goth disse que é “muito grata pelo apoio da A24”.

Identificado como James Hunter, o figurante alega que Goth o chutou na cabeça durante as filmagens, resultando em uma concussão. Detalhes do incidente foram revelados pela Variety, que teve acesso aos documentos do processo.

Hunter relata que estava coberto de sangue falso e deitado no chão por várias horas quando quase foi pisoteado pela atriz. Depois de reclamar com o diretor assistente, Goth teria deliberadamente chutado o figurante com uma bota, além de provocá-lo e zombar dele após as filmagens.

O processo afirma que Hunter sofreu dores de cabeça e tonturas como resultado da agressão e foi informado pela produção para não retornar pelos dois dias restantes de trabalho. O incidente supostamente ocorreu em abril de 2023.

Avó brasileira e carreira

Nascida em Londres, Mia Goth tem 30 anos e é filha de mãe brasileira e pai canadense. Sua avó materna é a atriz Maria Gladys, conhecida por seus papéis em novelas como “Vale Tudo” (1988), de Gilberto Braga, e em clássicos do cinema brasileiro como “Os Fuzis” (1964), de Ruy Guerra.

Goth passou parte de sua infância no Brasil, onde foi criada por sua mãe, que trabalhava como garçonete para sustentar sua filha. Mais tarde, ela se mudou para o Reino Unido e brevemente para o Canadá, antes de se estabelecer em Londres aos 12 anos.

A carreira de Mia Goth começou aos 14 anos, quando foi descoberta pela fotógrafa de moda Gemma Booth no Underage Festival na capital do Reino Unido. Contratada pela Storm Model Management, ela começou a aparecer em anúncios de marcas de moda de prestígio.

Sua estreia no cinema foi em 2013, no polêmico filme “Ninfomaníaca”, dirigido pelo diretor dinamarquês Lars von Trier. Desde então, Goth atuou em filmes como “The Cure”, “Suspiria” e “Pearl”, pelo qual recebeu os prêmios de Melhor Atriz em Filme de Terror e Melhor Vilã em Filme no Critics Choice Awards de 2023. Além do trabalho no cinema, Goth também se aventurou na televisão, aparecendo em séries como “The Tunnel” e “Wallander”.

Sua participação em “Ninfomaníaca” resultou em um casamento em Las Vegas com o ator Shia LaBeouf em 2016. Dois anos depois, eles anunciaram a separação. Em 2022, no entanto, anunciaram o nascimento de Isabel, a primeira filha do casal.

Entrevista com o The New York Times

NEW YORK TIMES — “X” e “Pearl” se tornaram filmes adorados nos círculos de terror. O que você acha que torna esses personagens tão atraentes, especialmente para mulheres jovens?

MIA GOTH — Há algo sobre isso que é tão descarado sobre quem eles são e o que eles querem. Há algo realmente atraente sobre isso e atraente para as pessoas — elas veem isso e isso fala com algo dentro delas. Estou apenas me divertindo com elas. Acho que as pessoas apreciam isso.

Você poderia falar sobre como seu relacionamento com esses dois personagens mudou ao longo dos três filmes?

Minha confiança como artista é provavelmente o que evoluiu mais do que qualquer coisa ao longo dos três filmes. Lembro-me de filmar “X” e ficar realmente constrangido. Foi minha primeira vez trabalhando com a A24, e eles significaram muito para mim. Eu estava tentando causar uma boa impressão. Eventualmente isso desapareceu, e fiquei mais preocupado com o trabalho, não com o resultado. Quando cheguei em “Pearl”, me senti tão aquecido, e isso realmente influenciou como a retratei.

Com “MaXXXine”, que filmamos em Los Angeles, eu pude ir para casa. Eu tinha acabado de ter minha filha e me senti realmente fortalecida. Ti e eu tínhamos um ótimo relacionamento de trabalho, e muitas das pessoas que trabalharam nas equipes de “X” e “Pearl” também vieram para “MaXXXine”. Era apenas uma família. Parecia uma festa. Acho que isso realmente se traduz no filme que acabamos fazendo.

Você também foi produtor em “MaXXXine”. Houve alguma ideia que você trouxe para o set ou para o roteiro que o entusiasmou?

Provavelmente o elenco. Eu realmente não tive nenhuma contribuição no roteiro dessa vez. Isso tudo ficou por conta do Ti. Quando se tratava do elenco, eu tinha mais contribuição, e fazíamos um brainstorming de atores que achávamos que seriam os certos para os papéis. Esse foi um processo realmente emocionante.

Maxine espera que seu papel em um filme de terror lhe traga maior sucesso comercial. Sua carreira tem sido amplamente em filmes desse gênero. Você tem algum desejo de assumir papéis dramáticos mais tradicionais ou há algo sobre o trabalho de terror que lhe atrai?

O gênero de terror realmente me abraçou. Foi muito bom, e houve um dar e receber ali — eu abracei o gênero de terror também. Acho que ele tem ótimos papéis para mulheres que são mais difíceis de encontrar em outros gêneros. Seria bobagem da minha parte recusar a oportunidade de explorar todos esses personagens ótimos, realmente ótimos. Mas, tendo dito tudo isso, eu gostaria de explorar (outras coisas).

Você tem interesse em produzir mais no futuro?

Eu adoraria fazer mais filmes com muito pouco enredo. Eu amo pessoas. Eu não gosto de enredo. Meus filmes favoritos são sobre pessoas: elas no banheiro ou elas em uma barraca de tacos tentando escolher qual taco comer. Ou um rubor — alguém toca alguém no ombro e eles coram. Pequenos momentos que, para mim, são grandes.



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