Especialistas do setor açucareiro prevêem uma redução na oferta global de açúcar no próximo ano.
O setor do açúcar enfrenta um futuro incerto devido às reduções projetadas na oferta mundial de açúcar até 2025, impulsionadas em grande parte pelas condições climáticas adversas na América Latina.
As severas secas que atingiram a região, principalmente no Brasil – principal exportador de açúcar do mundo – afetaram significativamente as lavouras de cana-de-açúcar, o que poderá impactar diretamente o segmento de confeitaria e panificação, dois dos setores com maior dependência desse insumo.
Czarnikow Group Ltd., uma das empresas líderes no comércio de commodities, informou Portfólio que a produção de açúcar no Brasil atingirá seu nível mais baixo em seis anos, o que reduzirá as exportações e aumentará a pressão sobre os preços internacionais.
Segundo Pedro Mizutani, chefe de comércio da Czarnikow, as secas atrasaram as colheitas e reduziram a capacidade de produção das usinas. Além disso, uma doença que afecta as culturas agravou a situação, comprometendo ainda mais os rendimentos esperados para a próxima época.
Para o setor da pastelaria e panificação, este cenário poderá representar desafios significativos. Dada a possível subida do preço do açúcar, os custos de produção de bolos, sobremesas e pães doces, que dependem em grande parte deste insumo, também aumentarão, colocando em risco as margens de lucro.
Isso poderia levar muitas empresas do setor a reconsiderarem seus preços ou até mesmo reduzirem o uso de açúcar em seus produtos, explorando alternativas que possam substituir sua função nas receitas.
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Dadas estas condições, o prémio para o açúcar para entrega em Março registou um aumento significativo desde Setembro, em resposta às preocupações do mercado sobre a oferta a curto prazo.
Embora seja esperado um aumento na colheita de açúcar na China, o mercado continuará com oferta limitada no primeiro trimestre de 2025. Esta perspetiva sugere um momento de maior incerteza e custos elevados para os produtores de açúcar e consumidores finais a nível global. afectando particularmente as pequenas e médias empresas de pastelaria e panificação que dependem deste recurso.
Possíveis alternativas para o setor
Dada a possível escassez, as pastelarias e padarias poderiam explorar a utilização de adoçantes alternativos como o mel, a rapadura ou os adoçantes naturais, embora estas opções também apresentem desafios em termos de custos e adaptabilidade às receitas tradicionais.
A diversificação na compra de insumos e a gestão de estoques com maior antecedência poderiam se tornar estratégias-chave para mitigar o impacto desta crise.
O segmento de confeitaria e panificação enfrenta assim o desafio de se adaptar a um mercado volátil e inovar no seu modelo de negócio para proteger a sua rentabilidade num contexto de aumento de preços e possíveis restrições na oferta de açúcar.
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